quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Origem da Multicelularidade

As membranas internas das células eucarióticas permitiram, até certo ponto, contornar o problema da falta de superfície em relação ao volume da célula. Contudo, a logística necessária para levar a cabo o metabolismo celular limita o tamanho da célula, que não pode aumentar indefinidamente. O desenvolvimento de uma maior complexidade estrutural e metabólica foi conseguida através do desenvolvimento de organismos multicelulares. A cooperação e a divisão de tarefas torna possível a exploração de recursos que uma só célula não pode utilizar.

O primeiro passo na evolução para os organismos multicelulares terá sido a associação de organismos unicelulares em colónias.

Nalguns tipos de associação colonial relativamente simples, as células, após a divisão, mantêm-se unidas por uma matriz e são morfológica e fisiologicamente equivalentes, podendo, cada uma delas, dar origem a uma nova colónia. Em associações coloniais mais complexas, e envolvendo um maior número de células, verifica-se comunicação entre as células, coordenação das actividades celulares, especialização de células e divisão de tarefas.

A especialização e a cooperação permitem que as células se combinem, formando um organismo com mais capacidades do que cada uma das suas partes constituintes.

A Volvox é um exemplo de uma colónia, sendo de bastante importância já que se admite que a multicelularidade possa ter surgido na Terra por evolução de seres coloniais do tipo considerado.

O aparecimento da multicelularidade permitiu uma serie de tendências evolutivas que acabaram por conferir vantagens aos respectivos organismos, como:

– a diferenciação celular, com a consequente especialização no desempenho de determinadas funções;

– a diminuição da taxa metabólica e utilização mais eficaz da energia, resultado da diferenciação celular;

– o aparecimento de seres de maiores dimensões que mantêm constante a relação superfície/volume das suas células;

– uma maior diversidade de formas que conduziu a uma melhor adaptação aos diferentes ambientes;

– uma maior autonomia em relação ao meio externo, dado que os sistemas de órgãos garantem que o meio interno mantenha um maior equilíbrio (homeostasia) face às flutuações do meio externo.

A origem dos eucariontes e a evolução da multicelularidade estiveram na origem de uma explosão da diversidade biológica.

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